O primeiro contacto de António Devesa com os Caminhos de Santiago foi há apenas 12 anos, mas hoje já experimentou quase todos os itinerários. “Estava numa depressão profunda, a tomar quilos de medicação, e os Caminhos libertaram-me. É isso que os peregrinos procuram”. O presidente da Associação Espaço Jacobeus, que serve de apoio aos peregrinos de Santiago de Compostela, é exemplo de como, a partir da catarse espiritual, de contacto com a natureza, ou até da simples aventura, os Caminhos de Santiago, rumo à catedral de Santiago de Compostela, são cada vez mais procurados em Portugal.
Só no último ano, terão pernoitado, em várias localidades portuguesas, cerca de 62 mil peregrinos, os quais terão gerado um retorno de 16,5 milhões de euros. Os cálculos foram apresentados esta manhã, no Museu do Mar, em Vigo, na sequência dos resultados de um projecto de cooperação transfronteiriça, Facendo Caminho, que nasceu em 2020 e terminou no final do ano passado. O projecto, que reuniu o Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial da Eurorregião Galícia – Norte de Portugal, a Agência de Turismo da Galiza, o Turismo do Porto e do Norte de Portugal e a Direcção-Regional de Cultura do Norte, teve um custo total de quase 700 mil euros – 75% dos quais financiados através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) – e serviu para melhorar infra-estruturas de sinalização, criar iniciativas de promoção e desenvolver estudos para perceber o impacto dos Caminhos de Santiago nos territórios de Portugal e da Galiza.
Fonte: publico.pt, 14 de Março 2023
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