Na conferência de imprensa pós-cimeira realizada esta quarta-feira em Lanzarote pelos Governos de Espanha e Portugal, houve um ar de desculpas pelo encontro que decorre apenas quatro meses depois do realizado em Viana do Castelo. Ficou implícito que não se podia esperar muito mais do que a continuação da agenda de novembro, e assim foi. Insistir no gasoduto H2MED para o hidrogénio verde, continuar com o mecanismo de exceção ibérico (que termina em maio), melhorar a prestação de serviços transfronteiriços e desenvolver as energias renováveis. Se então a palavra inovação estava intercalada em cada frase, desta vez era a palavra cultura.
Também, tal como então, as infra-estruturas ficaram a um nível secundário. Concretamente, a ligação ferroviária de alta velocidade entre o norte de Portugal e a Galiza: “[As partes] comprometem-se a promover as novas acções infra-estruturais contempladas na Rede Transeuropeia de Transportes, em especial o corredor Atlântico”, afirmaram. O que resultou no compromisso da Ministra dos Transportes espanhola, Raquel Sánchez, e do seu homólogo português, João Galamba, de escreverem à Comissão Europeia para incluir o eixo Atlântico Vigo-Porto entre as suas prioridades para 2030 e não para 2040, como tem sido conhecido recentemente. Nesse sentido, pretendem dar um impulso à ligação Lisboa-A Corunha – serviço adjudicado à empresa privada Iryo – durante a presidência espanhola da UE, na segunda metade do ano. Recordaram ainda que esta quarta-feira terminou o prazo para apresentação de propostas ao concurso para a empreitada de elaboração e tramitação do estudo de informação para a saída sul de Vigo.
Fonte: lavozdegalicia.es, 15 Março 2023
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